ATOS DE MANIFESTANTES.

MARANHÃO – Anunciado, na última sexta-feira, como próximo ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-governador e senador eleito pelo Maranhão, Flávio Dino (PSB), comentou um tumulto ocorrido em Brasília, esta noite, envolvendo apoiadores do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pelo menos cinco ônibus foram queimados em frente ao prédio da Diretoria-Geral da Polícia Federal, na Asa Norte, em protesto contra a prisão temporária do cacique José Acácio Serere Xavante, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.

“Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política. Temos dialogado com o GDF, a quem compete a garantia da ordem pública em Brasília, atingida por arruaças políticas. A segurança do presidente Lula está garantida. As medidas de responsabilização jurídica prosseguirão, nos termos da lei”, twittou o maranhense.

FLÁVIO DINO NO TWITTER.

ENTENDA O CASO

Manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) quebraram cerca de dez veículos que estavam estacionados em frente ao prédio da Diretoria-Geral da Polícia Federal, na Asa Norte de Brasília, no Distrito Federal.

Houve tiros de bala de borracha contra os manifestantes por parte de agentes da PF. Ao menos cinco ônibus foram incendiados.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que o protesto acontece em razão da prisão temporária do cacique José Acácio Serere Xavante, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.

Segundo a PF, Serere Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos).

E ainda em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

Ao pedir a prisão temporária, a PGR disse que ele vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Está havendo uma movimentação de indígenas no local que tentaram resgatá-lo. A PMDF declara que está controlando a situação. O trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até a mudança de cenário.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou que “a ordem é para prender os vândalos” e que todas as forças policiais do DF estão na rua, incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Grupamento Tático Operacional (Gtop).

Devido ao caso, a PM reforçou a segurança onde estão hospedados o presidente eleito e grande parte da equipe de transição do novo governo, após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta tarde.

O hotel fica a aproximadamente a 1km de distância do local. A informação foi confirmada à reportagem em conversa informal com agentes da corporação.
Moraes ressaltou na análise do pedido de prisão que as condutas do investigado, amplamente noticiadas na imprensa e divulgadas nas redes sociais, se revestem de agudo grau de gravidade e revelam os riscos decorrentes da sua manutenção em liberdade, uma vez que o Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos.

“A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou o magistrado.