MARANHÃO – No dia 7 de abril, o grupo ‘Makers contra o Covid-19’ fez a entrega de 320 protetores faciais (face shields) para atender a demanda dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra o novo coronavírus no Maranhão. Em menos de um mês, a produção desse coletivo de voluntários inovadores mais do que sextuplicou e hoje eles já contabilizam 2.559 protetores faciais fabricados.
Os makers são pessoas que usam a inovação para produzir coisas. Eles têm parceria com o Casarão Tech, do Governo do Maranhão, que estimula o uso de novas tecnologias.
Do total produzido, já foram entregues 1.165 máscaras e mais de 1.000 unidades deste tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) devem ser entregues nos próximos dias. Tudo isso obedecendo as normas especificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mas a produção não para aí. Em meio à escassez mundial de EPIs hospitalares para tratar pacientes com a Covid-19, a comunidade Makers do Maranhão e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) desenvolveram dois novos produtos para proteção de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas.
Na última sexta-feira (24), o grupo entregou para teste e validação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) dez cabines de proteção em acrílico e dois protótipos de máscaras N95.
Enquanto as face shields se assemelham às viseiras de capacetes de motociclistas e são a primeira barreira física para que os profissionais de saúde evitem contato com gotículas do vírus, a máscara do tipo N95 (ou PFF2) se diferencia das máscaras cirúrgicas por filtrar partículas em dois sentidos, retendo o que é emitido por quem a utiliza e bloqueando cerca de 95% das partículas em suspensão.
Casarão Tech
Makers são pessoas ou grupos que promovem a inovação e essa iniciativa contra a Covid-19 tem como makerspace o Casarão Tech Renato Archer, espaço de inovação do Governo do Maranhão localizado no Centro Histórico de São Luís, voltado para estimular achados tecnológicos no estado.
Para evitar aglomerações, uma parte reduzida da equipe de desenvolvedores atua na montagem, controle de qualidade e distribuição dos equipamentos na sede do Casarão Tech, e outros 70 voluntários trabalham de casa.
O Casarão Tech conta com mais de 14 impressoras 3D e maquinários de alta performance para produção em escala de EPIs.
Os equipamentos que hoje atuam na produção de EPIs no combate ao novo coronavírus poderão ser reutilizados em outros projetos inovadores no futuro. É o que avalia o superintendente de Inovação da Secti, Leandro Franco.
“Toda essa estrutura que está sendo criada pode ser aproveitada pós-Covid, o que torna mais interessante ainda esse investimento”, afirma o superintendente.