juiz Douglas de Melo Martins.

SÃO LUÍS/MA = Após a decisão do Conselho Nacional (CNJ) que o condenou a se abster de debates públicos com conotação político-partidária e de duras críticas do presidente do STF, Dias Toffoli, o juiz Douglas de Melo Martins se manifestou em entrevista ao programa os Analistas, da TV Guará.

Toffoli disse durante a sessão do CNJ que Douglas quis aparecer em todas as mídias sociais e na TV e só parou de dar entrevista depois da decisão que o proibiu. “Sem essa liminar ele estava indo até me programa de receita de bolo”. Ele também insinuou que Douglas estaria querendo ser candidato a algum cargo eletivo.

Douglas disse que quer muito continuar sendo juiz, mas não ao custo de aceitar que um ministro o ofenda como fez. “Eu assisti ao vivo e mais umas outras 10 vezes e cada vez que eu via a expressão do presidente do Supremo sobre minha decisão de maneira odiosa, raivosa eu ficava assustado. A linguagem não era própria. Insinuações estranhas a minha conduta, de que eu queria ser candidato. Não sei de onde tirou isso”, afirmou.

Ao explicar sobre o “excesso” de entrevistas, Douglas disse que apenas precisava explicar a decisão de grande impacto social para toda população. Ele explicou que, como foi a primeira decisão de lockdown do país e as pessoas começaram a correr para os supermercados, causando aglomeração, era necessário esclarecer às pessoas a sua decisão. “Não atendi os meios de comunicação para ‘aparecer’, mas porque precisava explicar a decisão. Se as decisões são entendidas apenas pelas pessoas do mundo jurídico podem não ser compreendidas pelo destinatário, que é o povo. Por isso entendo que o poder judiciário deve dar respostas”, afirmou.

Sobre o principal ponto da discussão, que foi a participação em lives político-partidárias, Douglas disse alegou que o próprio Toffoli participa de debates semelhantes. “Se eu não posso participar de debates com pessoas que têm mandato, os ministros do Supremo também não podem permanecer nos cargos. O próprio Toffoli estava em uma live com senadores e deputados agora em junho”.

O magistrado encerrou afirmando categoricamente que não será candidato e seu intuito é seguir na magistratura. “Quero logo dizer ao ministro e a qualquer pessoa que eu não sou candidato a nada. Se tiver alguém com medo podem se tranquilizar. Deixo documentado o que estou dizendo. Não vou usar o cargo de juiz como trampolim a nada”.

VEJA A ENTREVISTA DO JUIZ DOUGLAS:

JUIZ DOUGLAS  SENDO ENTREVISTADO.