Agosto Dourado e reforça redes de apoio para estimular o aleitamento materno.

MARANHÃO – O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), fez o lançamento, nesta terça-feira (6), da campanha Agosto Dourado, no auditório da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), em São Luís. A campanha traz como tema: “Juntos pelo aleitamento materno: fortalecendo redes de apoio às mães maranhenses”.“A ideia é mobilizar e repassar informações de qualidade sobre a importância do aleitamento materno. A democracia, além de facilitar o acesso aos serviços, também é uma ferramenta que auxilia a população a saber os benefícios do aleitamento.

No âmbito da rede estadual e nos municípios, apoiamos ações estratégicas e intersetoriais que visem reforçar também a amamentação desde as primeiras horas de vida do bebê”, frisou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, na abertura do Agosto Dourado.A campanha reforça que o leite materno é indispensável para uma alimentação padrão ouro nos primeiros seis meses de vida do bebê. Para este ano, o foco está sendo dado no fortalecimento das redes de apoio à mulher que amamentam como forma de dar protagonismo ao cuidado compartilhado ao binômio mãe/bebê.De acordo com o coordenador de Alimentação e Nutrição da SES, Leudimar Carvalho, para além do apoio familiar e de amigos, a disponibilização de salas de apoio à amamentação é fundamental. “Atualmente, a sala de apoio é algo muito incentivado pela SES, principalmente por não ser um espaço de grande custo para uma empresa ou instituição pública, favorecendo as mulheres que estão amamentando seus bebês”, frisou.Além da MACMA, todas as unidades da rede materno-infantil da SES aderiram à campanha, o que inclui também da Atenção Primária à Saúde (APS) dos territórios por meio das secretarias municipais de saúde, fortalecendo a mobilização também nos equipamentos que são porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).

Presente no lançamento da campanha, a assessora técnica da Coordenação Geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde, Priscila Olin, destacou que a amamentação é uma estratégia de enfrentamento às desigualdades.”O foco da campanha é a promoção do bem-estar, da sobrevivência das crianças e da redução de desigualdades. Sabemos que as desigualdades tanto nas oportunidades, quanto nas prevalências do quanto cada mulher consegue amamentar, variam em cada região, classe social e socioeconômica. Não queremos deixar ninguém para trás e por isso temos feito incentivos através de oficinas de formação e qualificação dos profissionais e também na gestão dos estados com a implementação de políticas e ações para a amamentação”, explicou Priscila Olin.Também participaram do lançamento da campanha Agosto Dourado, a superintendente de Assistência à Saúde da SES, Luciana Albuquerque; a coordenadora da Rede de Assistência Materna e Infantil da SES, Tércia Carvalho; o diretor clínico da MACMA, Clemilson Alves, e a  diretora executiva nacional do Instituto Acqua, Paula Assis.

Leite materno

O aleitamento enquanto forma exclusiva de alimentação do bebê até o sexto mês de vida traz consigo diversos benefícios que são compartilhados pelo binômio mãe/bebê.

“É necessário fazermos esse movimento de conscientização para a importância da amamentação. Entre as ferramentas que podemos destacar está o Banco de Leite, que trabalha na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, apoiando todas as mulheres, não só que tiveram seus bebês aqui conosco, mas também aquelas atendidas da rede pública e também na rede privada com dificuldade de amamentação”, disse a coordenadora do Banco de Leite da MACMA, Irenildes Rodrigues Costa.

O leite materno leva toda a carga de nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável da criança, cooperando na prevenção de doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidades, além da parte cognitiva e afetiva. Para as mulheres que amamentam, o aleitamento aumenta a prevenção ao câncer de mama e de colo uterino, auxilia no retorno do útero à posição original mais rapidamente, auxilia na prevenção da diabetes, hipertensão arterial e obesidade.

Lea dos Santos, de 32 anos, está com o segundo filho, Felipe Ebenézer, de 7 meses, internado na MACMA após nascimento prematuro de 24 semanas (6 meses). “Eu tenho outro filho, o Benjamin, de dois anos. Quando ele nasceu também não consegui amamentá-lo, ainda cheguei a tentar, mas não tinha orientação em casa. Com o Felipe já está sendo diferente porque eu vou sempre ao Banco de Leite e lá eu consigo tirar um pouco do meu leite e dar para o meu filho, porque quando ele receber alta eu vou querer amamentá-lo”, compartilhou.

O recém-nascido Adriel Ravi, de um dia de vida, dormia confortavelmente no colo da mãe, Stéfane Cristina Rocha, de 25 anos. “O meu primeiro filho, que hoje tem 9 anos, eu infelizmente não consegui amamentar, e o Adriel eu estou tendo a mesma dificuldade, mas estou recebendo ajuda das enfermeiras e vou me sentir mais confortável e vou conseguir amamentar”, comentou.

Em 2023, a MACMA contabilizou 2.085 doadoras de leite humano e 1.616,9 litros de leite coletado. No mesmo ano, o Banco de Leite da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz (MARI), referência estadual para gestantes de alto risco para os municípios do sul do Maranhão, registrou 554 doadoras e 506,3 litros de leite humano coletados.

O Banco de Leite Humano da MACMA deveria coletar de 8 a 10 litros de leite diariamente, contudo, o serviço tem conseguido captar de 4 a 7 litros diários. O leite recebido tem como destino bebês prematuros recém-nascidos ou aqueles com alguma dificuldade para sugar o leite do seio da mãe.