SÃO PAULO/MA – Antonio Neto, presidente da Central Sindical do Brasil (CSB), falou em nome das centrais sindicais, acompanhado dos presidente da CTB, Adilson Araújo; da CGTB, Bira Dantas e da Força Sindical, Miguel Torres. Para ele ali estava presente uma geração vitoriosa, que derrotou a ditadura militar, conquistou a Constituição Cidadã e elegeu Lula, o primeiro operário presidente do Brasil. Neto defendeu ampla unidade em defesa da democracia e contra os retrocessos. Já Ricardo Carvalho, em nome da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) destacou que a entidade está de volta à luta depois de seis anos dominada por forças atrasadas. Carvalho lembrou dos jornalistas que são ameaçados e impedidos de exercer a liberdade de expressão.
Em nome dos estudantes brasileiros falaram Pedro Gorki, presidente da Ubes, e Iago Montalvão, presidente da UNE. Para Gorki é preciso fortalecer a mobilização popular e conscientizar o povo de que o governo Bolsonaro está destruindo a educação, a democracia e os direitos sociais. “Não podemos desistir de defender a nação”, enfatizou. Já o presidente da UNE lembrou a trajetória de 82 anos da entidade em defesa da democracia. Iago ressaltou também que é preciso defender a memória dos estudantes que se dedicaram até com o sacrifício de suas vida a enfrentar a ditadura militar. Citou o caso de Fernando Santa Cruz, que teve sua memória enxovalha por Jair Bolsonaro e defendeu um país livre, emancipado e desenvolvido. Ao final, o líder estudantil conclamou todos a participarem das manifestações convocadas pelas entidades estudantis e apoiadas pelas centrais sindicais em defesa da educação, dos direitos e da soberania nacional e que ocorrerão no dia 7 de setembro.
A vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, lembrou que, ao longo da história, “o povo brasileiro sempre teve valentia, sagacidade e senso de justiça”. Destacou como saltos civilizações a conquista da independência, a abolição da escravatura e a proclamação da República e ressaltou ainda a luta para derrotar a ditadura militar no Colégio Eleitoral e a conquista de uma Constituição avançada. Para Luciana o Brasil precisa de um projeto nacional soberano, que, segundo ela, só é possível com democracia e amplitude. “O movimento Direitos Já é justamente a expressão da amplitude necessária neste momento”, enfatizou Luciana que encerrou sua fala citando versos da música Canção pela Unidade da América Latina, de Pablo Milanés e Chico Buarque, que diz: “A história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue.
O ex-ministro Ciro Gomes(PDT) destacou a necessidade do envolvimento de todos no resgate da democracia. Ciro lembrou que as elites exploram o medo da população para dominá-la e citou a eleição de Bolsonaro como exemplo na medida em que ele explorou a violência urbana para se apresentar como alternativa. Ao afirmar que se soma a todos os movimentos de defesa da democracia, o ex-governador do Ceará defendeu também a liberdade de expressão, ameaçada pela onda autoritária que vive o Brasil.
O governador Flávio Dino (PCdoB) iniciou seu pronunciamento se declarando honrado por estar entre protagonistas da história recente de luta pela democracia no Brasil. Dino destacou as mobilizações pela Anistia, por Diretas Já e pela Assembleia Nacional Constituinte, sendo que esta resultou no que ele chamou de “pacto civilizacional, nacional e democrático que é a Constituição Federal de 1988”. Dino destacou fatores que considera importantes para fortalecer a mobilização pela democracia. A primeira é a defesa da soberania nacional, inclusive para se diferenciar do falso patriotismo de Jair Bolsonaro apropriação. Em seguida afirmou que as forcas democráticas e progressistas é que de fato se opõem à corrupção e não os que ocultam a maior corrupção que é desigualdade social. Portanto, é preciso resgatar o verdadeiro combate à corrupção. Dino citou o desmonte que vem ocorrendo nas áreas de educação e ciência e tecnologia. Para ele “não há nação soberana com o processo criminoso em curso de desmonte da pesquisa, da ciência, das universidade que está sendo feito pelo governo Bolsonaro”. O governador defendeu ainda um julgamento justo para o ex-presidente Lula e que isto não deveria separar separar os que participavam daquele ato, mas sim unir, em defesa do do estado de direito. Por fim afirmou que “se o juiz é sócio da acusação ele é tudo menos juiz”.
Ao longo do evento falaram também representes de vários partidos, parlamentares e personalidades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Aldo Rebelo,que enviaram mensagens em vídeos, além do professor norte-americana Noam Chomsky, que fez alentada defesa da democracia que se encontra ameaçada em todo mundo pelo restrocesso político, inclusive com a ascenção de forças de matiz fascista.