SÃO LUÍS/MA – A Campanha “Maio Vermelho” de combate à hepatite foi encerrada no Fórum Des. Sarney Costa (Calhau) com a palestra sobre hepatites virais, ministrada pela médica hepatologista e gastroenterologista do Hospital Universitário Presidente Dutra, Ana Leatrice Sampaio. Houve também testagem rápida dos tipos B e C da doença.
Ao fazer a abertura do evento, na última terça-feira (28), no auditório do Fórum Des. Sarney Costa, a diretora do órgão, juíza Diva Maria de Barros Mendes, disse que o objetivo foi fornecer informações sobre as hepatites, no sentido de conscientizar magistrados, servidores e o público em geral sobre o diagnóstico e o tratamento e a necessidade de prevenção dessas doenças.
Conforme a médica Ana Leatrice Sampaio, a hepatite é um termo genérico que significa a inflamação no fígado. Pode ser causada por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, álcool substâncias tóxicas e vírus. São classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E.
A especialista explicou sobre os tipos de hepatites e relacionou as condições de saneamento básico da população com a incidência da doença. Ela também apresentou resultados de estudo (2008/2009) sobre a prevalência das hepatites virais nas capitais brasileiras e outro realizado em São Luís (2002/2004). Também mostrou dados do estudo sobre hepatites B, C e D, feito pela Universidade Federal do Maranhão, nos municípios maranhenses de Urbano Santos, Humberto de Campos, Axixá, Morros e Icatu, áreas de maior incidência no estado.
Com ênfase nas hepatites A, B e C, a médica mostrou as formas de prevenção, transmissão e o tratamento da doença e esclareceu sobre o uso de vacinas.
Em relação à hepatite B, a especialista alertou que, pelo fato de ser uma doença sexualmente transmissível, é muito importante também que o parceiro faça a testagem para esse tipo da doença que ainda não tem cura, mas há medicamentos efetivos para controle e a prevenção com vacina. Além da sexual, as formas de transmissão também são a perinatal e parenteral. Quanto às medidas de controle são a vacinação, que é universal no Brasil desde 2016; profilaxia pós-exposição (HBIG); prevenção de DST; e bio-segurança em estabelecimentos de saúde. A meta é erradicar, ate 203o, a hepatite B no mundo.
Ao explicar sobre a hepatite C, Ana Leatrice Sampaio disse que a transmissão é predominantemente parenteral (contato com material contaminado), materno-fetal e sexual (indireta) e mostrou, ainda, a evolução desse tipo da doença: forma aguda, crônica, fibrose cirrose e até evoluir para um câncer. Ela ressaltou que o vírus foi descoberto na década de 80 e já na década de 90 começaram as testagens nos bancos de sangue no país. A prevalência é em pessoas de 40 a 70 anos de idade, por isso a população nessa faixa etária é o foco dos testes da hepatite C. Segundo a médica, a previsão é erradicar esse tipo da doença nos próximos anos.
Sobre a hepatite A, a médica destacou as formas de prevenção da doença, enfatizando o saneamento básico, ações de educação e higiene e a vacinação. Ela disse que esse tipo da doença ainda é um grave problema nos países em desenvolvimento e está relacionado ao saneamento básico.
“Vocês podem ser multiplicadores dessas informações que receberam aqui. Repassem aos seus familiares, amigos e colegas de trabalho”, disse Ana Leatrice Sampaio. A hepatologista e professora da UFMA destacou que há um desafio em relação à hepatite no Brasil que é diagnosticar e tratar cerca de 700 mil pessoas.
APOIO – O evento “Maio Vermelho” contou com o apoio do Tribunal de Justiça e Corregedoria Geral da Justiça e parceria da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís e Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau). Em 19 de maio é celebrado o Dia Mundial de Combate a Hepatite e, no Brasil, o Dia Nacional de Combate as Hepatites, sendo o mês denominado de “Maio Vermelho”, com ações de prevenção e diagnóstico da doença.
Testagem gratuita de hepatite B e C
O advogado Itamar Ferreira acompanhou a palestra e depois fez o teste de hepatite B e C, disponibilizado gratuitamente aos participantes do evento, no Fórum de São Luís. Ele contou que teve um irmão diagnosticado ainda criança com o tipo B da doença e, já na idade adulta, com o tipo C, deixando a família em alerta. “Isso nos levou a tomar maior cuidado, realizando medidas de prevenção. Eventos como esse são muito importantes para esclarecimento da população“, afirmou o advogado.
Quem também aproveitou e fez o teste foi a servidora Maria José Garcês. Ela conta que quando muito jovem teve hepatite. “Esta é uma oportunidade das pessoas saberem mais sobre a doença e as formas de prevenção. Devemos levar essas informações para o máximo de pessoas possível”, acrescentou.
O funcionário terceirizado do Fórum, Carlos Edney Costa, também assistiu atentamente à palestra e fez a testagem. “Tenho 46 anos e nunca havia realizado o teste de hepatite. O que mais me chamou a atenção foram as formas de transmissão da hepatite e saber que podemos nos prevenir”, afirmou.
(FONTE: Valquíria Santana/Núcleo de Comunicação do Fórum Des. Sarney Costa)