PRESIDENTE LULA E O MINISTRO DA JUSTIÇA FLÁVIO DINO.

BRASÍLIA – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a abertura de um inquérito para apurar supostos crimes ambientais e de genocídio contra os povos indígenas Yanomamis. Neste sábado, uma comitiva do governo federal, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi até Roraima para acompanhar a situação dos indígenas. Por ordem de Dino, a partir de segunda-feira a Polícia Federal começará a atuar no caso.

Nessa sexta-feira, o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública em decorrência da desassistência do povo Yanomami. Os indígenas da região enfrentam uma grave crise de desnutrição e falta de acesso à saúde. De acordo com o ministério dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças Yanomamis morreram de fome e por contaminação com mercúrio nos últimos quatro anos, principalmente devido à atuação de garimpeiros ilegais.

SITUAÇÃO DE CAOS NA SAÚDE.

Somente em 2022, segundo dados do Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças morreram. Além das mazelas decorrentes do garimpo, o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami registrou 11.530 casos de malária.

— O presidente Lula determinou que as leis sejam cumpridas em todo o país. E vamos fazer isso em relação aos sofrimentos criminosos impostos aos Yanomami. Há fortes indícios de crime de genocídio, que será apurado pela PF — afirmou Dino.

yanomami.

Em discurso neste sábado em Roraima, o presidente Lula afirmou que vai acabar com o garimpo na região. O presidente classificou como “desumano” o que viu no território Yanomami.

— Nós vamos levar muito a sério esse história de acabar com o garimpo ilegal. Mesmo que seja uma terra que tenha autorização para pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, floresta, e sem colocar em risco a vida das pessoas — disse Lula.

Desde 2021 diversas denúncias de abandono ao povos indígenas Yanomamis têm sido feitas. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal (STF) entrou no caso e solicitou informações sobre a crise ao governo de Jair Bolsonaro. Na época, o Ministério Público Federal também pediu que o Ministério da Saúde fizesse um plano estratégico para área.

(O Globo)