BRASÍLIA = O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse, em entrevista ao jornal O Globo, que esfriou a tratativa para a volta de Bolsonaro ao PSL e revelou conversas com outros três partidos para a filiação do núcleo do presidente.
A filiação ao PSL era a principal aposta para 2022, mas praticamente foi sepultada essa semana pelo presidente do partido, Luciano Bivar. Como fica agora a questão partidária do presidente Jair Bolsonaro?
A tendência é ir para um partido menor. Temos conversado com o Patriota, por meio do Adilson Barroso; com o PMB, por meio do filho da Sued Haidar (presidente do partido); e com o DC, do Eymael. Mas, independentemente de o presidente não se filiar ao PP nem ao PSL, selamos na terça-feira um compromisso de que tanto PP quanto PSL estarão na coligação do Bolsonaro em 2022.
A ida para um partido menor ocorre por conta da resistência de siglas maiores em ceder o controle diretórios regionais?
Queremos um partido no qual Bolsonaro possa ter minimamente o poder nos diretórios estaduais. Nos grandes, isso é mais difícil. Mas mais importante do que o partido a se filiar é já partirmos de um apoio formal gigante. O apoio do PSL, que tem o maior tempo de propaganda na TV, e o do PP, que tem grande capilaridade, é bem importante. Então mesmo que Bolsonaro se filie ao PMB, que não tem deputado, por exemplo, já começaríamos com uma chapa bem forte. Só com PSL e PP na coligação, já iniciamos com 5 minutos de TV. Fiquei bem feliz com o resultado da reunião de terça. Além disso, temos conversas bem encaminhadas com o PL e com o Republicanos.
Luciano Bivar afirmou ao GLOBO que o partido lançará candidatura própria em 2022 e disse não acreditar que esse nome seja o de Bolsonaro. Falou até em Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), desafetos do presidente. Já dá como certo o acordo com Rueda?
Não fará sentido Bivar trabalhar por candidatura própria à Presidência com tudo o que estamos construindo de alianças. Tanto PP quanto PSL participarão juntos da indicação de nomes para disputar governos estaduais e vagas ao Senado. Se Bivar tiver pretensão de candidatura em Pernambuco (reduto eleitoral do dirigente), por exemplo, vai estar atendido. Minha conversa foi com Rueda, mas Rueda tem carta branca do Bivar para tratar dessas articulações. Bivar sabe que não há mágoa de nada do passado. Em relação ao PP, foi acordado com o próprio Ciro Nogueira, e ele vai confirmar se você perguntar. No Rio, a tendência é Bolsonaro lançar um nome ao Senado e apoiar o governador Cláudio Castro (PSC).