SÃO LUÍS/MA – Após ser preso o verdadeiro assassino do publicitário Diogo Costa, a polícia Civil anunciou que fará nesta segunda-feira (29) uma reconstituição do assassinato do publicitário, ocorrido no dia 16 de junho na região da Lagoa da Jansen, em São Luís.
O objetivo é entender melhor a dinâmica do crime com base nas imagens de videomonitoramento, depoimento de testemunhas e também a confissão de Raimundo Cláudio Diniz, de 43 anos, que foi preso nesta sexta (26) após se entregar na delegacia.
O delegado George Marques, da Superintendência de Homicídios, deu mais detalhes sobre as investigações que levaram até Raimundo e o carro usado no crime.
“No dia 13 de junho, por volta das 15h40, um motorista de aplicativo teve seu veículo roubado. Tivemos informações de que o carro estava em Santa Helena e recuperamos o veículo. A pessoa que estava com o veículo disse que teria recebido o carro como garantia para a compra de outro veículo e disse quem tinha levado para ele”, disse o delegado.
Após saber quem tinha levado o veículo para Santa Helena, a polícia descobriu Raimundo Cláudio no bairro São Raimundo, em São Luís. Foi então que ele entendeu que acabaria preso e preferiu se entregar com um advogado. Raimundo confessou o roubo do veículo e disse que foi ele quem efetuou o disparo contra Diogo.
“Ele [Raimundo] alega que estava passando com o carro, quando a vítima [Diogo] estava saindo de uma garagem de forma brusca, segundo Raimundo. Ele teria feito um desvio para não colidir com o veículo. Depois, ele alega que continuou seguindo para onde ele ia, junto com dois comparsas no veículo. No momento em que ele parou para dobrar na avenida da Lagoa da Jansen, a vítima teria emparelhado o veículo e trancado. Nesse momento, o Raimundo diz que o Diogo teria descido, gesticulado e falado palavras de baixo calão. Depois, o Raimundo diz que baixou o vidro do veículo, recebeu um tapa no peito, e aí pegou a arma de fogo de um comparsa e disparou contra Diogo”, declarou o delegado George Marques.
Em depoimento, Raimundo Cláudio também confessou que a arma usada no crime e o veículo haviam sido roubados três dias antes do crime em uma área nobre da capital maranhense. Após o roubo, a placa do crime foi adulterada, como foi indicado pela perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (ICRIM).
Segundo a polícia, o veículo seria usado para cometer assaltos em São Luís. Com a ajuda das informações dadas por Raimundo Cláudio durante o depoimento, o carro foi recuperado e está a caminho da capital maranhense.
O advogado de defesa do suspeito explicou que Raimundo procurou por ajuda jurídica na quinta-feira (25) e avisou que iria se entregar à polícia, pois acreditava que o ‘cerco já estava se fechando contra ele’. Desde o dia do crime, que aconteceu há dez dias, ele estava escondido na casa de uma irmã. Após uma triagem inicial realizada, ficou constatado que ele não possui antecedentes criminais.
Suspeito nega adulteração de placa
Ao advogado de defesa, Raimundo Cláudio Diniz contou que ajudou no roubo do carro, mas não participou da adulteração da placa do veículo. Ele afirmou que conhecia os outros dois homens há pouco tempo e que a arma usada no crime seria de uma dessas pessoas.
A polícia informou que a arma ainda não foi localizada. Novas investigações serão realizadas para determinar, se as outras duas pessoas indicadas pelo suspeito, vão ser indiciadas por participação no homicídio. Até o momento, nenhum mandado de prisão foi expedido contra elas.
Raimundo Cláudio deve ser encaminhado pela tarde para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na zona rural de São Luís, onde deve ficar à disposição da justiça.
Crime na Lagoa da Jansen
O publicitário Diogo Adriano Costa Campos, de 41 anos, foi assassinado com um tiro no pescoço no início da tarde de terça-feira (16) após uma discussão de trânsito na Lagoa da Jansen, na capital maranhense.
Horas após o crime, a Polícia Civil identificou o carro usado pelo assassino do publicitário. Segundo a polícia, o tiro contra Diogo Costa partiu de dentro de carro após discussão em condomínio em São Luís.
A polícia chegou a prender uma pessoa suspeita de cometer o crime. Após uma perícia realizada no veículo, ficou constatado que a placa havia sido adulterada e o homem não tinha participação no homicídio. Ele foi inocentado e solto pela polícia.
Diogo era sobrinho-neto do ex-presidente da República, José Sarney, e era pai de uma menina.
FONTE: G1