MARANHÃO – O artesanato é uma das manifestações artísticas mais importantes para a difusão da cultura maranhense no Brasil e no mundo. Matérias-primas como a fibra de buriti, couro, madeira e plástico viram bolsas, roupas e brinquedos na mão de artesãos, profissionais que manualmente, sem nenhuma intervenção industrial e com muita criatividade, transformam os mais variados objetos em arte.
O Dia do Artesão aconteceu na terça-feira (19) e, para homenagear o trabalho destes profissionais, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), preparou uma programação especial no Centro de Promoção Artesanal do Maranhão (Ceprama).
Durante a homenagem, os artesãos com estandes no Ceprama participaram de roda de conversa sobre “Artesanato como Negócio”, onde eles conheceram estratégias de empreendedorismo para amplificar as vendas. A roda de conversa foi ministrada pela professora do Senai, Ludmilla Costa.
Para a palestrante, o grande desafio para os artesãos é cada vez mais entregar um produto que atenda aos interesses do público.“O principal objetivo é fazer com que eles entendam que empreender não é só criar um negócio de alto impacto, mas sim conseguir criar um projeto que agregue valor ao mercado, com um produto que atenda a necessidade de um determinado público”, explicou.
O professor de moda do Senai, Jean Sandes, apresentou aos artesãos peças de coleção feitas com base na fibra de buriti, que foram usadas pela modelo internacional Isabeli Fontana, uma das angels da Victoria’s Secret, para mostrar que é possível fazer moda de alto nível com o mesmo material usado nas peças artesanais.
“Temos, também, uma coleção desenvolvida com crochê e chifre de boi. Essas duas matérias-primas são genuínas do nosso Estado e a gente transforma em um produto de moda, provando para o maranhense e para o Brasil que é possível fazer moda com artesanato”, frisou Sandes.
O secretário de Estado de Turismo, Catulé Júnior, ressaltou a importância do artesanato dentro da política de Turismo no Maranhão. “O artesanato é a expressão da nossa cultura, da nossa história. Eu acho que o Governo do Estado tem esse dever de acompanhar de perto dando todo o apoio para a comercialização desses produtos e dando apoio, também, na infraestrutura logística inclusive da própria produção”, destacou o secretário.
Dia do artesão é todo dia
Dona Dora Célia, que comercializa produtos a base de couro no Ceprama, ressaltou a homenagem. “Pra gente é gratificante. A gente precisa desse momento, o artesanato está cada vez mais evoluindo. A gente faz esse trabalho com muito carinho, com muito amor e com dedicação”, agradeceu a artesã.
Com trabalhos à mostra há 28 anos no Ceprama, a artesã Lúcia Franco avalia que os negócios melhoraram nos últimos anos, apesar da crise nacional que acabou afastando os turistas. “A gente precisa disso, nós dependemos daqui. O Ceprama é a nossa casa. Nós temos uma variedade de artesanato muito rica, trabalhamos com material reciclável, como sementes e azulejos. Nós temos um material maravilhoso. O dia dos artesãos é todos os dias”, comemorou Lúcia Franco.
A programação pelo Dia do Artesão contou, ainda, com bate-papo sobre “A Importância da Identidade do Artesanato” e apresentação do Bloco Os Feras na festa de encerramento.
Ceprama
O Ceprama conta com exposição permanente de artesanato. Nos estandes, são comercializados produtos em fibra de buriti, azulejaria, vime, fibra de tucum, em chifre, especiarias, madeira, cerâmica, além de bebidas.