ELEIÇÕES 2022.

BRASIL – O mês de março começou e, com ele, as principais definições do mundo político são traçadas visando as eleições deste ano. Com a abertura da janela partidária, nesta quinta-feira, todos aqueles que quiserem trocar de legenda para concorrer a cargos públicos terão até o dia 1º de abril para fazer a mudança. Quem precisa se desincompatibilizar do cargo que ocupa para concorrer a uma vaga também terá que tomar a decisão até o mês que vem. Enquanto isso, as principais chapas que vão concorrer à Presidência da República ganham os seus contornos finais, com as definições dos vices e as respostas aos últimos convites partidários.

Uma das principais expectativas deste mês gira em torno da nova legenda do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que se desfiliou do PSDB após 33 anos no partido e é apontado como provável vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As conversas com o PSB estão adiantadas, embora o PV ainda seja cogitado como destino do ex-tucano.

Por outro lado, a migração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB para o PSD parece certa. O convite feito pelo presidente da legenda, Gilberto Kassab, é bem visto por Leite, mas ainda é condicionado a outra decisão: a formalização da desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), de concorrer ao Palácio do Planalto. Filiado ao PSD desde o ano passado com a expectativa de ser candidato à Presidência, Pacheco deve dar lugar a Leite na corrida eleitoral.

Até 11 ministros do governo Bolsonaro devem deixar seus cargos para concorrer a governador, senador ou deputado federal nas eleições do ano que vem. Se confirmada, será a maior reforma ministerial pré-eleições desde 2010. Nesta terça-feira, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, confirmou que vai deixar o comando da pasta em março para se candidatar a deputado federal por São Paulo. Ele disputará a vaga na Câmara pelo mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL.

Outros ministros miram uma vaga no Senado: Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) – foto acima, pelo Rio Grande do Norte; Flávia Arruda (Secretaria de Governo), no Distrito Federal; Gilson Machado (Turismo), em Pernambuco, embora também esteja cotado para vice na chapa de Bolsonaro; e Tereza Cristina (Agricultura), em Mato Grosso do Sul. Outros três integrantes da Esplanada dos Ministérios devem disputar governos estaduais: Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), em São Paulo; João Roma (Cidadania), na Bahia; e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), no Rio Grande do Sul.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, é pré-candidato a deputado federal pelo Distrito Federal. Também analisam a possibilidade de entrarem na disputa Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Marcelo Queiroga (Saúde). Na semana passada, mesmo sem confirmar a candidatura, Damares disse que o estado de preferência para concorrer seria o Amapá e afirmou ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), seu possível adversário, que está “chegando”.