Caso de câncer de pênis no Maranhão.

MARANHÃO – O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, esse tipo de tumor é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

Especialistas em câncer peniano confirmam que o problema, ainda que raro — corresponde a 2% do total de tumores que atingem o brasileiro, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) —.preocupa por ser facilmente prevenível e ter grande impacto na vida do paciente, podendo levar à amputação e mesmo à morte.

— Nós estamos no século XXI, é um absurdo ainda termos isso. Infelizmente, os números continuam ainda muito altos. A cada 14 dias, em média, há um novo caso de câncer de pênis aqui no Maranhão — afirma o doutor Eduardo Ferreira, 55, da Coordenadoria de Câncer de Pênis e Testículo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O último dado de mortalidade que o instituto registra é de 2015, quando 402 homens morreram devido a esse tipo de tumor.

ÁGUA, SABÃO E CAMISINHA

O doutor Eduardo Ferreira diz que é fácil prevenir o câncer de pênis: basta manter o membro higienizado.

— Não precisa nem passar muito sabão. Um banho uma vez por dia já resolve. E, já que nossos homens infelizmente não usam preservativo, toda vez que se masturbar ou fizer sexo, precisa limpar. Toma um banho ou, se não puder, passa uma água no pênis e, quando for se banhar, passa um sabonetezinho. Se fizer isso, não vai ter câncer.

Quem apresenta feridas ou úlceras persistentes na glande, no prepúcio ou no corpo do pênis precisa procurar um médico. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca, pode ser um indicativo de câncer no pênis.

A detecção precoce é fundamental para evitar que o problema evolua. O tratamento depende da extensão do tumor, mas pode envolver cirurgia e, mais raramente, radioterapia e quimioterapia.

A amputação, parcial ou total, é o tratamento mais eficaz e frequentemente realizado para controle local da doença. O impacto que ela pode trazer para a vida sexual e social do paciente, no entanto, leva muitos a correrem risco.

— Tem situações em que o paciente prefere morrer a perder o pênis. Você fala que ele precisa tirar a infecção e ele não quer mutilar, não trata, ou trata de maneira irregular. E acaba morrendo — diz Ferreira.

Ele também afirma que a fimose — quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada — também é um problema, porque pode deixar o ferimento invisível, por baixo da pele que protege a glande, além de mais difícil de tratar.