BRASÍLIA = A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira, 12, o primeiro remédio com indicação em bula para tratamento de pacientes infectados pela covid-19, o antiviral Remdesivir.
O medicamento já tinha sido aprovado pelo órgão norte-americano Food and Drugs Administration (FDA) e vem sendo usado nos Estados Unidos desde maio do ano passado em pacientes hospitalizados.
No Brasil, a autorização também é exclusiva para uso em hospitais. Portanto, as pessoas não terão acesso ao remédio na farmácia.
De acordo com a autorização da Anvisa, pacientes com idade superior a 12 anos, com pelo menos 40 kg, que estejam com pneumonia e precisem de suplementação de oxigênio, podem utilizá-lo.
Como funciona o medicamento?
O Remdesivir é um coquetel sintético de anticorpos intravenoso, ou seja, é aplicado na veia do paciente. Sua ação, segundo estudos, é capaz de reduzir a carga viral do paciente infectado, reduzindo o tempo de internação.
A droga já foi aprovada por diversas agências de regulamentação internacionais, incluindo a europeia EMA e a canadense. Atualmente, mais de 50 países aprovam seu uso.
De acordo com a Anvisa, durante os estudos clínicos do produto no Brasil, não foram registrados eventos adversos graves com os voluntários.
Apesar dos bons resultados, em novembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a desaconselhar o uso do remédio contra a covid-19, pois, estudos clínicos até então não demonstravam evidências de que a droga aumentasse a chance de sobrevivência ou diminuísse o risco de ventilação mecânica.
Um fato curioso sobre o Remdevisir é que ele foi originalmente desenvolvido pela biofarmacêutica Gilead Sciences para tratar o ebola, mas não funcionou contra essa doença. No entanto, no passado, ele já tinha apresentado efeitos positivos no tratamento de pacientes infectados pelos outros coronavírus causadores da SARS e da MERS.
Registro da vacina de Oxford
Nesta sexta-feira, a Anvisa também concedeu o registro definitivo da vacina de Oxford/Fiocruz/Astrazeneca. Esse é o segundo imunizante que obtém esse registro no Brasil. O primeiro foi o desenvolvido pela farmacêutica norte-americana da Pfizer.
Para a vacina de Oxford foram concedidos dois registros diferentes: um em nome da AstraZeneca, outro da Fiocruz. As duas empresas podem, assim, adotar estratégias diferentes de distribuição e comercialização do produto.
FONTE: Catraca Livre